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A freguesia de Salto, a maior do concelho de Montalegre em área e população, possui uma rica história que remonta ao século VI, com raízes profundamente entrelaçadas com a região do Minho. Sua trajetória é marcada por momentos de glória, disputas territoriais e uma forte identidade cultural que se mantém até os dias atuais.
A primeira menção a Salto como espaço habitado e evangelizado surge no Paroquial Suévico, documento histórico que a identifica como uma das trinta e duas paróquias já existentes no último terço do século VI, sob a jurisdição da Arquidiocese de Braga.
Este facto coloca Salto como um dos primeiros núcleos populacionais cristãos da região, com raízes que se perdem no tempo.
O início remonta a tempos longínquos
numa era tão distante que marca o começo de uma longa sequência de acontecimentos.
1136
Durante a Idade Média, Salto viu-se no caminho das peregrinações, recebendo inúmeros peregrinos portugueses que percorriam o país em busca de redenção. A importância de Salto como ponto de passagem é atestada pela construção da Albergaria de São Bento das Gavieiras em 1136, autorizada e apoiada pelo próprio D. Afonso Henriques, a pedido do monge Benedito. Esta albergaria servia como ponto de apoio e descanso para os peregrinos, demonstrando a relevância de Salto no contexto religioso da época. A localização estratégica de Salto e suas terras férteis despertaram a cobiça de diversos nobres ao longo dos séculos. D. João Soares Coelho, fidalgo-trovador, e suas irmãs, por exemplo, adquiriram diversos casais e povoações em Salto, incluindo Carvalho, Póvoa e Revoreda. O próprio D. Pedro I, conhecido por sua paixão por Inês de Castro, demonstrou interesse por Salto. Em uma de suas visitas a Santa Senhorinha de Basto, de quem era devoto, o rei cedeu à santa generosos rendimentos provenientes da Igreja de Santa Maria de Salto.
1758
A origem do nome "Salto" está envolta em lendas e mistérios, mas a versão mais popular remete para a história da padroeira da freguesia, Nossa Senhora do Pranto. Segundo o reitor António Alves de Sousa, em 1758, a imagem da Senhora teria "saltado" de um local chamado Oliveira para o sítio onde seria construída a Igreja de Nossa Senhora do Pranto, há mais de mil anos. Este "salto" milagroso, repetido diversas vezes, teria convencido o povo devoto de que a Senhora desejava um espaço de culto naquele local, levando à construção da capela e, posteriormente, ao surgimento da aldeia em seu redor. A nova aldeia recebeu o nome de Nossa Senhora de Salto ou Santa Maria de Salto, em homenagem ao "salto da Senhora" de Terras de Oliveira. Existe, no entanto, outra teoria para a origem do nome Salto. A etimologia da palavra "Salto" pode remeter para a designação latina "ad saltum", que significa "caminho entre os bosques". Esta teoria sugere que o nome da vila pode estar relacionado à sua localização geográfica, em meio a uma região montanhosa e coberta por florestas.
1834
O território que hoje compreende a freguesia de Salto, com seus 78,6 km2, era originalmente ainda mais extenso, abrangendo também a freguesia de Novaíças. Esta freguesia, entretanto desaparecida, englobava vários casais e herdades em diversas povoações, como Pontido, Curros de Mouro, Ulveira e Gulpilheiras. A riqueza de Salto e Novaíças era tamanha que grandes mosteiros do norte, como Refojos, Pombeiro e Bouro, recebiam vultosas rendas provenientes dessas terras. Em 1834, Salto foi anexada ao concelho de Montalegre, decisão motivada por interesses políticos da época. Esta anexação, no entanto, gerou descontentamento entre os habitantes de Salto, que se sentiam mais próximos, tanto geográfica como culturalmente, da região do Minho.
1915
Em 1915, a Junta de Paróquia de Salto, juntamente com o governador civil de Braga, apresentou ao Senado uma proposta para a anexação de Salto ao concelho de Cabeceiras de Basto. A proposta argumentava que a freguesia mantinha laços económicos e geográficos mais fortes com Cabeceiras de Basto, destacando as dificuldades de comunicação com Montalegre.
1995
Em 1995, Salto finalmente alcançou o reconhecimento por sua importância histórica e cultural, sendo elevada à categoria de vila. Atualmente, Salto destaca-se como um importante centro cultural e turístico da região. A vila abriga um rico patrimônio, com destaque para a Igreja de Nossa Senhora do Pranto, diversas capelas nas aldeias vizinhas e a antiga casa do Capitão, hoje um pólo do Ecomuseu de Barroso que preserva a memória dos ofícios tradicionais, do Pisão de Tabuadela e das Minas do Volfrâmio da Borralha.
As tradições e festividades populares continuam a desempenhar um papel importante na vida da vila. Nossa Senhora do Pranto, padroeira de Salto, é celebrada em 15 de agosto com uma grandiosa procissão que percorre as ruas da vila. Outra festividade importante é a Festa de São Sebastião, em 20 de janeiro, com a tradicional bênção do pão e do vinho, que segundo a crença popular, adquire propriedades curativas e se mantém fresco ao longo do ano. A quaresma é um período de recolhimento e preparação para a Semana Santa, culminando na Páscoa. A matança do porco, ritual tradicional que marca o início do calendário festivo, antecede o Carnaval e garante a produção de diversos produtos, como chouriças, salpicão e presunto, que compõem a rica gastronomia local.
Salto, com sua longa história e identidade cultural singular, destaca-se como um exemplo da riqueza e diversidade do patrimônio português. A vila preserva costumes e tradições que a tornam um lugar único, celebrando a sua herança histórica enquanto acompanha as necessidades e dinâmicas da modernidade.
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